quinta-feira, 21 de abril de 2016

Romeu e Julieta

Adaptação feita por Luiz Eduardo Farias, para o grupo de teatro amador Caretas, do Colégio Municipal Professora Delce Horta Delgado (Fevre)


SHAKESPEARE SE APRESENTA

[Shakespeare se encontra deitado, cochilando, até que um sinal forte começa a soar. Entram as duas assistentes do dramaturgo]
ASSISTENTE 1 - (olhando com espanto para o colega e para o Shakespeare deitado) O que aconteceu com ele?
ASSISTENTE 2 - Ué, não está vendo o óbvio? Ele está dormindo!
ASSISTENTE 1 - Isso eu sei, né mané! Mas era pra ele estar aqui, apresentando a peça dele.
ASSISTENTE 2 - Mas dá pra entender, meu caro, já se passaram 400 anos da sua morte.
[Shakespeare levanta irritado e grita]
SHAKESPEARE - Morte! Como ousa falar em morte? Vocês por acaso sabem o que significa esta palavra?
ASSISTENTE 1 – Mas é claro! Quando o sujeito sai dessa pra melhor.
ASSISTENTE 2 – Abotoa o paletó.
ASSISTENTE 1 – Veste pijama de madeira.
ASSISTENTE 2 – Come capim pela raiz.
ASSISTENTE 1 – Vira presunto.
ASSISTENTE 2 – Estica as canelas.
SHAKESPEARE - Chega! Estou querendo dizer no sentido metafórico e filosófico...
ASSISTENTE 1 – Eita! Sei que sentido é isso não! É pra direita, esquerda...?
SHAKESPEARE – Sou eu que sou um gênio ou você que é burra demais?
ASSISTENTE 2 – Acho melhor o senhor desenhar a pergunta, se não ela não entende.
SHAKESPEARE – Não importa! Uma pessoa morre quando ela é esquecida. Enquanto houver alguém que ecoa minhas obras eu serei eternamente vivo.
ASSISTENTE 1 – O segredo então é fazer obras?
SHAKESPEARE – Exatamente!
ASSISTENTE 1 – Então meu primo não vai morrer nunca!
ASSISTENTE 2 – Menina! Você não me falou que seu primo é famoso que nem sr Skatespirro...
SHAKESPERE – SHAKESPEARE!
ASSISTENTE 2 – Isso aí... O que ele faz? É escritor, músico...?
ASSISTENTE 1 – Que isso, colega! Ele é pedreiro! Dos bons hein! Já fez um monte de obra!
SHAKESPEARE – Santa ignorância! Como é burra!
ASSISTENTE 2 – Mas... mudando de assunto, sr Milkshake...
SHAKESPEARE – Já falei que é Shakespeare: Sha-kes-peare!
ASSISTENTE 2 – Tô ligada, tô ligada... (virando-se para o Assistente 2) A mãe dele não tinha um nome melhor não?
ASSISTENTE 1 – O que ele tá querendo dizer é que o senhor tem que apresentar sua peça pra esse pessoal que está aqui.
SHAKESPEARE – Ah sim! É hoje? Havia esquecido!
[Os dois assistente ficam atrás de Shakespeare e fazem graça do patrão de vez em quando.]
SHAKESPEARE – Olá para todos! Como estão, tudo bem? Vocês verão agora uma amostra da minha vasta obra. Foram quase 40 peças teatrais. Sou considerado um dos maiores dramaturgos de todos os tempos. Só no século passado, foram cerca de 50.000 produções e adaptações de minhas peças em todo o mundo.  O que vão ver agora é uma de minhas mais conhecidas obras, que conta a história dos jovens Romeu e Julieta. Espero que gostem! (inclina-se e cumprimenta a plateia)
[Luzes se apagam; música; Atores das duas famílias entram neste momento; luzes se acendem]

PRÓLOGO
[As duas famílias estão de frente, uma para a outra. Capuletos de vermelho e Montéquios de azul. Falas em coro mostram a rivalidade das duas famílias habitantes de Verona, na Itália.]

CORO - Na bela Verona, duas famílias de igual dignidade, levados por antigos rancores, desencadeiam  novos distúrbios, tingindo de sangue as mãos de seus cidadãos. Em meio ao ódio dessas famílias, sob a luz da lua e o brilho das estrelas, surge o mais puro dos sentimentos, o amor... E deste amor à desventura de dois amantes, Romeu e Julieta, acometidos por um lastimoso fim que até os dias de hoje sobrevive intacto e invencível.
[Todos saem. Ficam Dalila e Gregoriana, armadas de espada]


PRIMEIRO ATO
Cena I

DALILA - Dou a minha palavra, Gregoriana, não devemos levar desaforos para casa.
GREGORIANA - Está certa.
DALILA - Se me desafiarem puxo minha espada e a lavo com sangue a honra.
GREGORIANA  - Até o latir do cachorro na casa dos Montecchio me irrita! (as duas riem; entram Benvólia e Gregoriana) E por falar em cães veja quem vem lá.
DALILA - Minha espada está a posto.
BENVÓLIA - É pra nós que fazes cara feia, senhora?
GREGORIANA  - Não. Talvez algum assombro, quem sabe. (ri, mais uma vez, com Dalila)
DALILA - Quem sabe não és um!?
MERCÚRIA - Estão querendo briga?
GREGORIANA  - Nós? Não senhora.
DALILA - Mas se estás... Saiba que estamos a postos.
BENVÓLIA  - Desembainhe vossas espadas se forem mulheres de honra. (todas pegam suas espadas)
TEOBALDA - Cambada! Não usem suas espadas contra essas pobres mulheres. (dirigindo-se à Dalila e Gregoriana)
BENVÓLIO: - Procura apartar esta gente. Ajude-me a acalmá-las.
TEOBALDA - Como? Tu és uma porca imunda. Não me dirija a palavra. Para o inferno todos os Montecchios! (Todas começam a brigar de modo cômico)
(Entram o pai e a mãe Capuleto)
CAPULETO - Que confusão é esta? Minha espada... Ide buscá-la. (dirigindo-se às sobrinhas)
SENHORA CAPULETO - Espada? Pra quê? É mais fácil eu pegar sua muleta.
CAPULETO – EU-QUE-RO-A-MI-NHA-ES-PAAAAAA-DA. (Entram o pai e a mãe Montéquio)
MONTÉQUIO - Capuleto, covarde! Tem de se meter comigo.
SENHORA MONTÉQUIO - Não darás um só passo para enfrentar o inimigo, meu marido. Eu te peço. Pela vida de minha mãe, sua sogra. (Montéquio faz uma cara de felicidade)
(Os pais lutam. Entra o príncipe)
PRINCESA - Baderneiros, inimigos da paz, que puxam as suas espadas derramando o sangue do vizinho. (Todos reverenciam) Parecem animais, selvagens, espalhando por Verona a semente da intriga, da discórdia e do mal. Jogai de suas mãos as armas ou sentiras a fúria do meu castigo. (Jogam as armas) Se voltarem a perturbar a paz serão condenados sobre sentenças com suas próprias vidas. Vós Capuleto vinde comigo, quanto a vós Montecchio, à tarde, irás à corte da justiça.
[Todos saem, ficam apenas o Capuleto]

CENA II

 [Entra Páris]
PÁRIS – Senhor Capuleto! Tenho pelo senhor, honrosa consideração... E agora, senhor, espero que responda a meu pedido.
CAPULETO - Claro, respondo. Minha filha Julieta é ainda muito jovem. Mas quem sabe daqui a dois verões esteja preparada para assumir o compromisso, e enfim venha a ser sua esposa.
PÁRIS  - Outras moças da mesma idade de Julieta já são mães.          
CAPULETO - Muito cedo murcham aquelas que cedo se casam. Mas permito-o que a corteja. E esta noite estás convidado à festa que darei aqui em minha casa.
PÁRIS  - Muito me honra o convite. Toda Verona conhece a grandiosidade deste baile. Desde já senhor Capuleto... Conte com minha presença. (os dois se cumprimentam e enquanto Páris sai...)
CAPULETO – Criada! Criada! (gritando)
CRIADA – Sim, senhor!
CAPULETO – Tome esta lista. Convide todos que nela estiverem para o baile que darei em minha casa.
CRIADA – Baile funk, senhor?
CAPULETO – Como?
CRIADA – O senhor falou em baile... Eu só conheço o que eu vou, lá na comunidade do Buraco Quente. Aquilo só tem pancadão bonito. E os gatinhos? O senhor tem que ver, senhor Capuleto.
CAPULETO – Quanta ignorância! Será um baile de máscaras, sua imbecil. Agora vá, sua anta! Tenho mais o que fazer. [sai]
CRIADA – Pedindo assim com jeitinho... Mas, diabo! Eu não sei ler. Como vou fazer agora? (fica num canto do palco)
[entram Romeu e Benvólia]
BENVÓLIA  - Boa manhã, meu primo! Você perdeu a briga de ontem. Vou te contar, quando....
ROMEU - Ai de mim! As horas tristes parecem longas.
BENVÓLIA  - Que tristeza abala tuas horas?
ROMEU - Não possuir o que as pode abreviar.
BENVÓLIA  - O amor?
ROMEU - Estou privado daquela que amo.
BENVÓLIA  - Que tão cruel amor é este que provas?
ROMEU – O nome dela é Rosalina. É mais bela que todas as flores deste mundo.
BENVÓLIA  - E você conhece todas as flores deste mundo?
ROMEU – Não, mas imagino.
BENVÓLIA  - Tu tens imaginação de mais, Romeu. Venha comigo. Vou te apresentar para umas colegas funkeiras tchutchucas. (música de funk; os dois saem e a criada os abordam)
CRIADA – Olá! Algum letrado entre os senhores?
BENVÓLIA – Ihhh! Eu estudei em escola estadual e lá vivia em greve...
ROMEU – Eu estudei no colégio Delce Horta, lá só tem professor bom... Me dê isso aqui, criada. (Lê) “Senhor e senhora Margino e filha; conde Anselmo e suas famosas irmãs; viúva Vitrúvio; senhor Placêncio e suas encantadoras sobrinhas; Mercúcio e seu irmão Valentino; meu tio Capuleto, esposa e filhas; minha graciosa sobrinha Rosalina; Lívia; senhor Valêncio e seu primo Tebaldo; Lúcio e a amável Helena.” Uma bela turma. Tudo com nome feio, né!? (Devolvendo o papel) Onde será isso?
CRIADA - Lá em cima, em nossa casa.
ROMEU - Casa de quem?
CRIADA - Do meu patrão, o grande e rico Capuleto. Se o senhor não for da casa dos Montéquio, venha também tomar uma taça de vinho esta noite. Passar bem! (Sai)
BENVÓLIA - Banquete na casa de Capuleto! A sua bela Rosalina vai estar lá.
ROMEU - O sol que tudo vê, nunca contemplou tamanha beleza.
BENVÓLIA - Por que você não vai?
ROMEU – Meu primo, sou um Montéquio. Não posso ir a um baile na casa dos Capuletos. Isso é loucura!
BENVÓLIA – Mas bem lhe digo que és louco.
ROMEU - Louco não. Apenas um homem apaixonado! (Saem)

CENA III

[Entram a Senhora Capuleto e a Ama de Julieta]
SENHORA CAPULETO - Ama, onde está minha filha ama? Chame-a.
AMA - Por minha virgem! Já a chamei... Onde anda essa pequena? Julieta... Julieta?
JULIETA - Que há? Quem está me chamando?
AMA - Vossa mãe.
JULIETA - Eis-me aqui senhora minha mãe. Que desejas?
SENHORA CAPULETO - Ama, deixe-nos a sós um momento, preciso falar em segredo. Volta. Pensei melhor, deves ouvir esta conversa. Falta pouco para completar quatorze primaveras...
AMA - E eu não sei. E que espero e viver bastante para vê-la casada um dia.
SENHORA CAPULETO - É exatamente sobre isto que desejo falar. Diga-me filha... Que sentes em relação ao casamento?
JULIETA - Coisa com o qual não sonho.
SENHORA CAPULETO - Já é tempo de pensar no assunto. Se não me engano com tua idade, já era tua mãe. E não sei já percebeu, o valente Páris anda interessando em cortejá-la.
AMA - Ah, que homem senhorita, que homem!
SENHORA CAPULETO - Não há em Verona melhor partido.
AMA - E que partido! (Julieta e a mãe olham assustadas para a Ama)
SENHORA CAPULETO - Que dizes? É de teu agrado receber a corte de Páris?
JULIETA - Procurarei aceitar sua corte. Já que é de seu agrado.
SENHORA CAPULETO - Eu sabia minha filha.
JULIETA - Hoje à noite no baile, eu prometo que serei simpática com o nobre Páris, só não posso prometer que gostarei dele.  Nosso coração é uma caixinha de surpresas. (Saem)

CENA IV

[Entram todos mascarados; Montéquios entram por outro lado]
CAPULETO - Bem vindos cavalheiros! Em meus bons tempos também usava máscaras e sabia sussurrar nos ouvidos de uma bela dama. Vamos, música, tocais. Abram, abram... Deem espaço para as danças!
[todos começam a dançar; música fica ativa o tempo todo, mas baixa]
TEOBALDA - Aquele deve ser um Montechio. Como se atreve miserável vir até aqui?
CAPULETO - O que há sobrinha?
TEOBALDA - Meu tio, aquele ali, é um Montechio, nosso inimigo. O miserável aqui veio esta noite para ridicularizar nossa festa.
CAPULETO - Não é o jovem Romeu?
TEOBALDA - Ele mesmo, o infame Romeu.
CAPULETO - Acalma-te Teobalda, deixa-o em paz se comporte como uma perfeita dama.
TEOBALDA - Não poderei suportá-lo.
CAPULETO - Será suportado! Quem está dizendo sou eu! Quem manda, eu ou tu?
TEOBALDA - Ora meu tio, é uma vergonha.
CAPULETO - Basta, basta! Esta brincadeira poderá lhe custar caro.
TEOBALDA - Irei me retirar, mas isto não ficará assim. (Sai)
[Continuam a dançar; Romeu observa Julieta]
ROMEU - Posso ter a honra? Se profano for tocar este santo relicário. Espero que com meus lábios possa suavizar este rude contato com um terno beijo.
JULIETA - As santas têm mãos que são tocadas pelos peregrinos...
ROMEU - Não tem lábios, as santas?
JULIETA - Sim, lábios que devem usar na oração.
ROMEU - Então santa adorada, deixar que os lábios façam o que as mãos fazem.
JULIETA - As santas são imóveis mesmo quando atendem as orações.
ROMEU - Então não te movas enquanto recolho o fruto de minhas preces. (Os dois se beijam) Assim mediante vossos lábios ficam os meus livres de pecados.
JULIETA - E assim passaria para os meus o que vossos lábios contraíram.
ROMEU - Pecado do meus lábios? Então devolvei-me meu pecado. (Mais um beijo)
AMA - Senhora, vossa mãe está a sua procura e tem pressa por falar com você. (Julieta sai de perto)
ROMEU - Quem é a mãe dela.
AMA - Ora, a dona desta casa. Eu conheço o senhor. É melhor partir. (sai; Benvólia entra)
BENVÓLIA – Se deu bem, hein Romeu!? Safadinho!!!
ROMEU - Ela é Capuleto! Que conta cara! De hoje em diante devo a vida ao inimigo...
BENVOLIO - Não acredito! Então partamos! A festa está mesmo no fim...
ROMEU - Pra mim começou agora.
[Benvólio tira Romeu da festa]
JULIETA - Quem é este belo jovem, com quem eu estava dançando? Temo que seja casado.
AMA - Chama-se Romeu, é um Montechio, filho único de vosso grande inimigo.
JULIETA - Meu único amor, nascido de meu único ódio! Conhecido por acaso e tarde demais! Como esse monstro, o amor, brinca comigo: apaixonar-me pelo inimigo!?
AMA - Isso eu não sei, mas que ele é um bonitão, isso é!
VOZ - Julieta! (da coxia)
AMA: - Já vamos! Vinde. Os convidados já estão indo embora. (Saem)

SEGUNDO ATO
CENA I

[Entra Shakespeare; enquanto ele fala, chega Romeu apaixonado e Julieta aparece da “janela” – na coxia, ela sobe em uma cadeira; Romeu vai a seu encontro]
SHAKESPEARE - Depois deste baile nasce em Romeu e Julieta o amor. Mas a inimizade entre as famílias cria um grande obstáculo para a aproximação dos amantes. Só a forte paixão poderá lhes dá forças e meios para se encontrarem, e assim, um nos braços do outro, viverem uma linda e bela história de amor. (Sai)
JULIETA - És louco! Como chegaste aqui? Corres perigo. Se algum de meus parentes lhe encontrar aqui, seria a morte.
ROMEU - Ah, mais perigos há em teus olhos que em vinte espadas.
JULIETA - Por coisa alguma desejo que te vejam aqui Romeu.
ROMEU - Basta me olhar com tua doçura que estarei protegido de tanto ódio.
JULIETA - És louco.
ROMEU - Prefiro que minha vida seja encurtada por um Capuleto, que longa, longe do teu amor.
JULIETA - Como chegaste aqui?
ROMEU - O amor me guiou. Meu amor já tens, eu juro...
JULIETA - Não jures... Embora suas juras me deixem feliz.
ROMEU - Posso retirar se assim desejas, só para dizer-te outra vez.
JULIETA - Está acontecendo tudo tão rápido... Tão...
AMA - Julieta... (grito)
ROMEU - Não se vá! Fique.
JULIETA - Não posso.
ROMEU - Quando posso vê-la novamente?
JULIETA - Se teu amor for verdadeiro quanto dizes...
ROMEU - Quero casar-me contigo.
AMA - Já é hora de ir para cama Julieta. (grito)
JULIETA - Já vou. Se for de tua vontade marcaremos a cerimônia.
AMA - Senhorita! (grito)
JULIETA - Estou indo...
ROMEU - Bendita noite. Só espero que tudo isto não seja apenas um sonho.
AMA - Julieta! (grito)
JULIETA - Já vou. Boa noite Romeu!
ROMEU - Boa noite, meu amor (Ela sai)

CENA II

SHAKESPEARE (entra , Romeu fica parado) Mal o dia raiou e Romeu ao invés de ir para casa, desviou seu caminho para o mosteiro onde encontrou Freira Loureça, e desta forma planejava levar adianta o que prometera a bela e jovem Julieta.
[Entra a freira]
ROMEU (indo em direção à freira) Bom dia, freira!
FREIRA LOURÊNCIA  - Bendito seja! Posso apostar que a causa de sua visita é atribuída ao amor.
ROMEU - Tens razão, santo madre.
FREIRA LOURÊNCIA  - Ah, esta jovem Rosalina...
ROMEU - És minha confidente...
FREIRA LOURÊNCIA  - E sei a paixão que o transforma em insone.
ROMEU - Não é de Rosalina que venho falar.
FREIRA LOURÊNCIA  - Não?
ROMEU - Não. Encontrei o verdadeiro amor.
FREIRA LOURÊNCIA  - Assim tão de repente?
ROMEU - Como uma flecha que atinge sem vacilar.
FREIRA LOURÊNCIA  - Se não é a jovem Rosalina, então quem é? Joana? (Romeu faz que não com a cabeça a cada nome, até se irritar) Maria? Serafina? Lorena? Rebeca?...
ROMEU - Julieta.
FREIRA LOURÊNCIA  - Julieta? A Capuleto?
ROMEU - Sim.
FREIRA LOURÊNCIA  - Mas como?
ROMEU - Amor não se escolhe. Se sente.
FREIRA LOURÊNCIA  - O problema é que o amor dos jovens não está apoiado no coração e sim nos olhos.
ROMEU - A senhora mesmo me censurou por amar Rosalina, que não me quer. Com Julieta é diferente. Tanto me ama quanto por mim é amada.
FREIRA LOURÊNCIA  - Bendito seja! Quem sabe este amor seja uma trégua, uma aliança entre os Capuletos e os Montechio. Bem sabes que tenho estima por ambas as famílias, e a paz é o que mais desejo.
ROMEU - Então nos ajude.
FREIRA LOURÊNCIA  - Que se passa nesta cabecinha?
ROMEU - Peço-te que nos case.
FREIRA LOURÊNCIA  - Vossas famílias jamais consentirão tal união.
ROMEU - Por isso deverão saber após a realização da cerimônia da nossa união.
FREIRA LOURÊNCIA  - Sei não.
ROMEU - Eu te suplico!
FREIRA LOURÊNCIA  - Está bem farei... Mas por razão de promover a paz entre as famílias.
ROMEU - Então temos que agir depressa.
FREIRA LOURÊNCIA  - Calma meu jovem! Quem muito corre pode cair. 
[Shakespeare entra de um lado, Julieta do outro. A freira casa Romeu e Julieta enquanto Shakespeare fala)
SHAKESPEARE - Através de um mensageiro Julieta ficou sabendo que tudo estava acertado. Chegou bem cedo ao mosteiro de Frei Lourenço. E ali, as mãos dos jovens se juntaram na sagrada união. Terminada a cerimônia Julieta voltou depressa para casa, onde ficou aguardando impacientemente a cair da noite, pois o apaixonado Romeu havia lhe prometido visitar. Mas, o pior estava por vir. (Sai todos)

CENA III

MERCÚRIA: - Onde está Romeu? Não foi para casa esta noite?
BENVÓLIA: - Para casa do pai não.
MERCÚRIA: - Será que foi morto?
BENVÓLIA: - Não diga bobagem!
[Chegam Teobalda, Dalila e Gregoriana]
TEOBALDA – Bem que eu estava sentindo um cheiro de peixe morto. São os Montéquios! Como fedem!
MERCÚRIA(depois de ficar se cheirando) Ei, eu sou cheirosa, tá! Passo até aquele desodorante do pai do Cris.
DALILA – Pai do Cris?
GREGORIANA – Que desodorante é esse?
MERCÚRIA – Aquele que diz: “Bloqueia, bloqueia, bloqueia o mal odor”
ROMEU (chega feliz) Bom dia para ambos!
MERCÚRIA - Estávamos preocupados.
BENVÓLIA - Não voltaste para casa de teu pai.
ROMEU - Perdoem-me! Tinha um assunto importante a resolver.
TEOBALDA – Mais um imbecil fedorento para se juntar à cambada...
MERCÚRIA – Como ousa falar assim comigo?
TEOBALDA – É o outro imbecil, imbecil!
MERCÚRIA – Ahh! Opa!  Desembainha tua espada que irás engolir tua ofensa.
TEOBALDA - Como está valente a tal cascuda.
DALILA - Vamos acalmar nossos ânimos. Estamos em local público.
GREGORIANA  - Estão nos vendo. A princesa já nos advertiu.
TEOBALDA - Se é um desafio que queres. Encontrastes. (Lutam) Vou te ensinar a respeitar o nome dos Capuletos. (Atinge Mercúria)
ROMEU - Não! (Pega a espada e fere Teobalda)
TEOBALDA - Desgraçado!
BENVÓLIA  - Romeu! Está morta a brava Mercúria.
ROMEU - Maldito! Tu, eu ou ambos, devemos ir juntar-nos a ele. Esta espada decidirá. (Lutam, Teobalda cai morta)
BENVÓLIA  - Teobalda está morta. Vai-te Romeu, foge! Não fiques ai parado! O príncipe te condenará a morte se fores preso. Foge! (Romeu foge. Benvólia segura Mercúria) Oh meu Deus! Verona está banhada em sangue! Está anunciada a guerra. Tudo isso só servirá para alimentar toda rixa, todo esse ódio que há entre as duas famílias.
[Chegam a princesa e os pais Capuletos/Montéquios]
TODOS OS PAIS – Não!!!
SENHORA CAPULETO - Só peço justiça! Que o príncipe condene Romeu à morte.
CAPULETO - É um assassino!
MONTÉQUIO - Romeu era primo de Mercúria.
SENHORA MONTÉQUIO - Agiu em defesa dela.
PRINCESA - Devido à ocorrência, a minha sentença é que Romeu seja exilado daqui. Nunca mais ele pisará em Verona, sob pena de ser morto.
MONTÉQUIO - Mas minha princesa... (Saem)

CENA IV

[Entra só a Julieta]
JULIETA - Ama... (Entra a Ama, quase sem fôlego)
AMA - Ah, que dia!
JULIETA - Que foi?
AMA - Morta! Está morta!
JULIETA - Quem está morta?
AMA - Tua prima Teobalda...
JULIETA - Minha querida prima?
AMA - Morta em um duelo.
JULIETA - Como foi isto?
AMA - Não sei bem... Desmaiei só de ver.
JULIETA - Despedaçado esta meu coração! Pobre Teobalda. Tão jovem, morta.
AMA - Teobalda não existe mais e Romeu foi banido.
JULIETA - Oh, meu Deus! A mão de Romeu derramou o sangue de Teobalda?
AMA - Assim aconteceu.
JULIETA - Ah Romeu! Tens um coração de serpente escondido por um rosto florido! Uma mente atormentada, confusa entre o amor e o ressentimento. Ai de mim! (chora)
AMA - Que a vergonha caia sobre Romeu.
JULIETA - Romeu é um bom homem.
AMA - Como falas bem de quem matou sua prima?
JULIETA - Devo falar mal de meu esposo?
AMA - Que dizes?
JULIETA - Que acabaste de ouvir.
AMA - Deus! Correi para vosso quarto, vou atrás de Romeu para esclarecer o ocorrido.
JULIETA - Encontre-o! Entregue este anel e peça que venha trazer-me o último adeus! 
AMA – (enquanto saem) Isso é bijuteria, hein! (Saem)

CENA V
  
[Freira Lourência e Romeu entram, cada um por um lado] 
ROMEU - Padre, quais são as notícias? Qual a sentença da princesa?
FREIRA LOURÊNCIA  - Foste banido.
ROMEU - Ah, banido! Tende compaixão... Preferia a morte.
FREIRA LOURÊNCIA  - Seja paciente Romeu. O mundo é vasto.
ROMEU - Que mundo pode haver fora dos muros de Verona?
FREIRA LOURÊNCIA  - Oh, ingratidão! Segundo as leis, deverias morrer. Devias agradecer a bondade da princesa.
ROMEU - É suplício e não favor. O Céu esta onde Julieta vive. Pior condenação não haveria... Banido, longe do meu verdadeiro e único amor. (Batem a porta)
FREIRA LOURÊNCIA  - Levanta-te Romeu. Estão batendo a porta. Esconda-te. 
[Entra a Ama, de um lado; Shakespeare, do outro. Enquanto Shakespeare fala os acontecimentos se desenrolam atrás dele]
SHAKESPEARE - Ao abrir a porta Frei Lourenço percebe a visita da ama de Julieta, que trás o anel que a jovem pediu que entregasse a seu amado Romeu. Sem tardar o apaixonado Romeu vai ao encontro de seu grande amor e juntos ficam até o amanhecer.  
ROMEU - Preciso partir.
JULIETA - Tens mesmo que ir.
ROMEU - Sim. Tenho. Embora não queira. Prefiro teus braços.
JULIETA - Se ficas, morre.
ROMEU - Longe de ti, sou apenas um andarilho sem vida.
AMA - Senhora?!
JULIETA - Ama!
AMA - Vossa mãe está vindo.
ROMEU - Adeus, adeus doce Julieta!
JULIETA - Adeus meu Romeu. Aguardarei notícias suas. Estaremos juntos novamente.
ROMEU - Não tenhas dúvidas amor. (sai feliz, cantarolando)
[Entra a Senhora Capuleto]
SENHORA CAPULETO - Minha filha...
JULIETA - Minha mãe.
SENHORA CAPULETO - Tenho notícia que alegrará este coração.
JULIETA - E que notícia é esta?
SENHORA CAPULETO - Como sabes, tens um pai previdente. E vendo tua tristeza providenciou teu casamento com o jovem e galante Paris.
JULIETA - Me espanta a pressa de me casar com quem se quer me fez a corte. Lhe suplico minha mãe... Dizeis a meu pai que não desejo me casar.
SENHORA CAPULETO - Dizei pessoalmente, ai vem teu pai.
CAPULETO - Então minha senhora, já comunicaste nossa determinação?
SENHORA CAPULETO - Sim, senhor, mas não é de seu agrado.
CAPULETO - Como! Não quer? Lhe arranjamos um gentil homem para esposo.
JULIETA - Agradeço. Mas não o amo.
CAPULETO - Aprenderás amá-lo. Irás casar com Paris nem que eu tenha que te levar arrastada aquela igreja.
JULIETA - Vos suplico de joelhos meu pai...
CAPULETO - Criatura desobediente. Ouve o que te digo... Casarás nesta quinta-feira nem que tenhas que ir amarrada.(Saem)
JULIETA - Ai de mim! Que sofro com tamanho dissabor! Vou procurar a madre, que será capaz de dar-me uma solução. Se tudo falhar, só terei o recurso da morte. (Sai)


TERCEIRO ATO
CENA I

FREIRA LOURÊNCIA  - Quinta-feira, senhor? Muito pouco tempo.
PÁRIS - Esta é a vontade dos Capuletos e também a minha.
FREIRA LOURÊNCIA  – Vocês ignoram os sentimentos da dama. O procedimento é irregular. Não me agrada.
PARIS - Julieta ainda está muito abalada com a morte de seu primo Teobaldo e esta é a causa pela qual tão pouco lhe falei de amor.
FREIRA LOURÊNCIA  - Veja senhor, está chegando a dama. (Entra Julieta)
PÁRIS - Feliz encontro minha bela Julieta e futura esposa.
JULIETA - Poderá ser nobre cavalheiro quando for sua esposa.
PÁRIS - Há de ser, meu amor, na próxima quinta-feira.
JULIETA – O que tem que ser será.
PÁRIS - Vindes confessar com a madre?
JULIETA - Minha confissão teria maior valor, feita em vossa ausência.
FREIRA LOURÊNCIA  - Tenho agora tempo disponível, minha triste filha... Cavalheiro, precisamos ficar sozinhos.
PÁRIS - Deus me livre perturbar a devoção. Julieta adeus! Aguardarei até quinta-feira, guardai este santo beijo. (Sai)
FREIRA LOURÊNCIA  - Ah, Julieta! Já conheço a tua dor.
JULIETA - Madre, ajude-me! Dizei-me como poderei evitar este triste destino.
FREIRA LOURÊNCIA  - Ah, Julieta!
JULIETA - Prefiro ser enterrada viva a me casar com Paris.
FREIRA LOURÊNCIA  - Filha, vislumbro certa esperança para evitar este casamento. Mas é arriscado por demais.
JULIETA - Qualquer coisa para me livrar deste destino tão infame.
FREIRA LOURÊNCIA  - Se te atreves, eu te darei um remédio. Volta para tua casa e mostra-te alegre e dá teu consentimento em casar com Paris. Amanhã, véspera do teu casamento, deves beber o conteúdo deste frasco. O líquido que aqui contém a deixará paralisada como se estivesse morta, durante quarenta e duas horas.
JULIETA - Não é 24 horas?
FREIRA LOURÊNCIA  - Não, é 42 horas mesmo.
JULIETA - Que estranho! E assim Paris pensará que morri.
FREIRA LOURÊNCIA  - Sim. Então enviarei um mensageiro, com uma carta explicando nosso plano para Romeu. Quando você acordar, poderão ir para longe e assim viverem felizes juntos.
JULIETA - Dei-me então.
FREIRA LOURÊNCIA  - Agora parte. Seja forte e feliz em sua decisão.
JULIETA - O amor me dá forças. Adeus querida madre! (Saem)

CENA II

[Entra Shakespeare. Enquanto ele fala, os acontecimentos se desenrolam atrás dele]
SHAKESPEARE - Na manhã seguinte Julieta foi dada como morta. Então em meio a profundo pesar o casamento transformou-se em funeral. Os hinos de núpcias se transformaram em sombrios cânticos fúnebres. Notícias ruins viajam sempre mais rapidamente que as boas. Assim a terrível história da morte de Julieta chegou aos ouvidos do apaixonado Romeu, antes que o mensageiro enviado por Freira Lourença chegasse com a carta esclarecendo a simulação. (sai)
ROMEU - Que boas novas trazes de Verona?
BENVÓLIA - Meu bom Romeu.
ROMEU - Nobre Baltazar, que palidez é está que trás sobre tua fronte.
BENVÓLIA - Julieta.
ROMEU - Julieta? Não dizes nada? Que silêncio é este que contagia todos os cantos a ponto de ouvir apenas teu pulsar.
BENVÓLIA - Pobre Julieta.
ROMEU - Que há com Julieta?
BENVÓLIA - Dorme. Dorme um sono profundo...
ROMEU - Que dizes?
BENVÓLIA - Meu bom Romeu, sedes forte...
ROMEU - Não, não, não...
BENVÓLIA - Julieta foi levada ao sepulcro dos Capuletos e agora vive entre os anjos.
ROMEU - Não pode ser.
BENVÓLIA - Vi com meus próprios olhos quando a levaram para a tumba de sua família.
ROMEU - Julieta! Sobre a luz da lua e o brilho das estrelas juramos amor eterno! Prepare meu cavalo.
BENVÓLIA - Não podes sair de Mântua. Não é prudente. Você foi exilado de Verona.
ROMEU - Partirei o quanto antes.
BENVÓLIA  - Irei na frente. (Benvólia sai)
ROMEU - Oh quantas desgraças me acomete a alma! Julieta, meu doce e tão sublime amor! Ainda esta noite, ao teu lado repousarei. És o amor da minha vida e também da minha morte. Eternamente estaremos juntos e nosso amor será lembrado por todas as gerações. A boticária ... Mora por aqui... Boticária? Em algum lugar... (Corre pelo palco) Boticária? Boticária...
BOTICÁRIA - Quem me chama com tanta força?
ROMEU - Vim aqui amigo... Tenho aqui quarenta ducados. Arranja-me uma porção venenosa, mas que seja um veneno tão forte que se espalhe rapidamente pelas veias e mate rapidamente um corpo que sem alma vive.
BOTICÁRIA - Possuo esse veneno perigoso, porém seu comercio é proibido por Lei. Se descobrem que o vendi serei punido, condenado a morte.
ROMEU - Quanto a isso não precisa temer. Ninguém saberá que o senhor me forneceu tal produto. Sei quanto precisas deste dinheiro. Então passe por cima da Lei e toma estes para si. (Dar o dinheiro)
BOTICÁRIA - Basta uma única gota.
ROMEU - (Enquanto ele fala, o corpo de Julieta é trazido ao palco) Eis teu ouro, o veneno mais nocivo para a alma dos homens. (o boticário sai) Ao sepulcro, ao lado de Julieta estarei. (sai Romeu)

CENA III

[Shakespeare chega]
SHAKESPEARE – Os planos estavam indo de mal a a pior. Agora era Páris que visitava o corpo de Julieta. Ao escutar um barulho, decidiu se esconder, até que viu Romeu chegar e se desesperar. Muitos acham que essa é uma história de amor. Mas como podem ver, tudo se encaminha para uma tragédia. (sai)
PÁRIS - Para imediatamente com isso, vil Montechio. Este ato é ilegal. Não permitirei que profanes túmulo de Julieta. Estás condenado. Te mandarei para prisão.
ROMEU - Alto lá. Não te aproximes. Lembra-te do triste fim de Teobalda. Não me provoque a ira, nem me obrigues a cometer outro pecado.
PÁRIS - Só ficarás perto deste túmulo se antes passares por cima do meu cadáver.
(Travam uma luta. Paris é morto)
ROMEU - Oh, Julieta sua formosura transforma esta cripta. Meu amor! Minha esposa! A morte sugou o meu de teu hálito, nenhum poder teve sobre tua beleza! Oh, aqui fixarei minha eterna morada. Ao lado de ti minha bela e tão amada Julieta. (Bebe) Assim morro, pois sem ti a vida perde todo o sentido. (se engasga) Nossa, esse veneno é rápido mesmo. (Morre)
[Entra a freira]
FREIRA LOURÊNCIA - Romeu... Ah, hora terrível! Pobre Romeu. Que fizeste?  Trágico fim. Julieta está despertando.
JULIETA - Onde está meu senhor? Onde está Romeu? (só então vê o corpo de Romeu)
FREIRA LOURÊNCIA – Um mal entendido, senhora. Uma tragédia. Um contratempo evitou que seu amado fosse avisado do nosso plano. Romeu pensou que você estivesse morta... se matou, o coitado!
JULIETA – Não pode ser. Meu Romeu. Minha vida. Não sou nada sem ti.
FREIRA LOURÊNCIA - Estou ouvindo um barulho. Senhora, abandona este antro de morte.
JULIETA: - Ide, parti então, por que não sairei daqui(Sai Freira Lourência) Romeu... Oh, Romeu! Que isto? (Pega o frasco) Oh, ingrato! Bebeste sem deixar uma gota? Beijarei teus lábios talvez haja um resto de veneno. (Ouve barulho) Preciso me apressar. (Ela pega o punhal de Romeu e apunhala-se. Depois cai sobre Romeu)
[Entram todos]
PRINCESA - Que horror é este que nos fere a vista?
CAPULETO - Veja mulher... Nossa filha! Sangra.
SENHORA CAPULETO - Ai de mim! Minha pobre filha. Morta. Sem vida como uma estátua de mármore. Morta! Quisera eu não esta entre os vivos para presenciar tal acontecimento.
PRINCESA  - Veja Montecchio... Vosso filho.
MONTECCHIO - Nobre príncipe. Quão dor invade minha alma. Como não bastasse o luto que cobre minha casa pela morte de minha sobrinha, agora zelo, o corpo do meu amado filho.
PRINCESA  - Que tamanha trama acomete Verona em horas tão sombrias?
FREIRA LOURÊNCIA - Dos presentes sou eu o mais suspeito. Serei breve. Romeu aqui sem vida, era marido de Julieta. Fui eu que os desposei. Vamos... Vou contar-lhes toda essa trama que culminou nesta grande tragédia. (Ficam e conversam sem som)
[Entra Shakespeare]
SHAKESPEARE - Quando os Capuletos e os Montéquios chegaram e encontraram aquela trágica cena, sentiram toda dor causada pela consequência de uma rixa que custou a vida dos quais mais amavam. Então Lorde Capuleto e Lorde Montechio prometeram erguer uma estátua de ouro ao filho do outro. E assim, sepultaram as desavenças juntamente com seus filhos. E a história de Romeu e Julieta foi eternizada por várias gerações.  Mas... como quem manda nesta peça sou eu, afinal, a homenagem é para mim, vamos dar vida aos que se foram... QUE A TRAGÉDIA DÊ LICENÇA AO AMOR. [música “Rapunzel”, de Daniela Mercury]
[Romeu e Julieta levantam e se beijam. As luzes se apagam. Fim da peça. A luz com todos em cena.]



F I M


Inspirado na obra origina de Willian Shakespeare
Base da adaptação: Marcondys França

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