domingo, 18 de julho de 2010

Frases de uma minoria?

"Eu rio quando dizem que sou uma prisioneira. Não sou prisioneira. Uso o véu para me sentir próxima do profeta. É uma escolha. Também não sou submissa a homem e nem a marido: sou submissa a Deus.” [Oum Oubayda - francesa filha de imigrantes marroquinos, sobre a proibição do uso da burca na França - Jornal O Globo (18/07/2010) ]



"Professora durante 32 anos da rede estadual de ensino, sempre tive esperança de que houvesse um resgate do ensino em nossas escolas. Aposentei-me em 2008, com um gosto amargo do fracasso, pois o descaso de cada governo, mascarado pelo marketing que ilude a opinião pública, impede que o aluno da rede estadual apresente as competências devidas. Constatar o fracasso do resultado do Ideb no estado do Rio de Janeiro não é surpresa, mas causa revolta e dor, principalmente porque a solução pode ser trabalhosa, mas perfeitamente possível. Experimentem, srs. governador e prefeitos,abrir mão, pelo menos, de parte das fabulosas e sagradas verbas para a propaganda de governo para investir em educação." [Maria de Lourdes Gomes W. Julianelli - na seção de Cartas dos Leitores - Jornal O Globo (18/07/2010) ]


O que estes dois depoimentos têm em comum?
Aparentemente nada, não é mesmo!
Enquanto uma fala sobre a condição da mulher na cultura islâmica, a outra é um desabafo sobre a educação pública no Brasil.
Mas eu digo, sem me alongar, o que ambas têm em comum... são manifestações típicas, mas que são tratadas como sendo de minorias.
A maioria das mulheres islâmicas, diferente do que muita gente pensa devido à propaganda ocidental, não é contrária aos costumes de, por exemplo, usar a burca e ser submissa ao marido. Nós é que temos uma brutal deficiência em achar que todas as mulheres do mundo devem ser livre de andar semi-nuas e ficar com 20 homens numa noite. Nem todas pensam assim.
Antes da Revolução Islâmica, em 1979, muitas mulheres davam declarações dizendo ser um absurdo os costumes ocidentais no país. O fato de usar roupas como a calça jeans era visto como uma deturpação da imagem da mulher, a perda da essência feminina.
Passando para a colega professora, poucos possuem a coragem dela de ir a público e desvendar a farsa que a educação pública insiste em mascarar. Porém, nas escolas, é impressionante sentir que a grande maioria dos professores pensa desta forma, estão frustrados e pessimistas com o futuro... me perdoem, futuro não, estão indignados com o presente. Mas poucos fazem algo, infelizmente. Reina o tapinha nas costas naquele bucha que se expõe e fala sobre as mazelas deste circo chamado educação. Resta saber quem é o palhaço desta história... ou melhor, resta saber quem não é palhaço...

Sem mais, as frases falam por si só...

Luiz Eduardo Farias
Por vezes se sente mágico e equilibrista, mas acha mesmo que é um palhaço neste circo.

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