quinta-feira, 25 de março de 2010

Socialismo e Classe operária: breves considerações

Muitas pessoas erram ao pensarem que o socialismo é um ideal inerente à classe operária. E mais, ao tentar também afirmar que somente com o surgimento e a exploração deste segmento social é que surgiu aquela ideologia.
As origens do socialismo são anteriores à Revolução Industrial e, portanto, ao surgimento do proletariado. Suas idéias estão, no seu gênese, muito mais próximos à realidade da vida rural.
No seu “Manifesto dos Iguais”, Babeuf (francês, ativo participante da Revolução Francesa) não fala no operariado. A partilha dos frutos se refere ao “fruto da terra”.
A inspiração dos primeiros pensamentos que sonhavam com uma verdadeira igualdade social é o homem do campo, esmagadora maioria até a metade do século XX, correspondendo a mais de 90% da população mundial durante as décadas que esboçou-se os primeiros socialistas.
Soma-se a isso, o fato de que muitos países onde o socialismo foi implantado (ao menos na teoria) eram ou continuam sendo sociedades agrárias. Como entender a implantação do socialismo chinês ou cubano sem abordarmos a questão agrária?
Nossa intenção aqui, portanto, mesmo que brevemente, é acabar com a imagem de que o socialismo é o reflexo da classe operária. Nem no seu início, nem atualmente, podemos fazer esta afirmativa.
O que ocorreu de concreto foi um encontro bem sucedido entre ambos. Com o tempo, o socialismo absorveu as preocupações e lutas do proletariado, foi sensibilizado com sua angústia. No mesmo caminho, frustrados com o alcance da democracia ou descontentes por nunca a terem experimentados, a classe operária viu no socialismo a ideologia mais próxima dos seus desejos.

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